tem algo sobre esse
supor sujeito que me invade
todo final semana

que é, não além disso
o supor
olho para o fim de tarde ensolarado
procurando algo, até que
tanto faz o algo
a suavidade da curva
desliza sobre o corpo lento
ele vibra com os silêncios

estupendo! dizendo nada
de tudo, de nada do tudo

é o circuito fálico
o potenciômetro, regulando
meu sofá, travesseiro
em que durmo doce
flutuando como guarda-doce
esperando nada

nada, nada
carinho de cabelo, como nada,
olhar no espelho, como nada,
dormir, como nada,
viver, como o nada

antes que a células atípicas
antes que elas consumam esse nada
nada farei por elas, nada consumirei
nada de calado farei
nada de buraco forçarei
nada pelo nada

vivendo pelo passo do nada